04.12.12
● Como você gostaria de ser lembrado? O que passará pela cabeça das pessoas quando pensarem em você? Motivados pelo desejo de deixar algo de valor para as gerações futuras, muitos se esforçam para se destacar nos campos da ciência, política, esportes e artes. Mas e se você fosse lembrado principalmente pelas perguntas que fez?
Quinhentos anos atrás, um homem na América Central fez muitas perguntas intrigantes. Ele era um chefe indígena chamado Nicarao. Pelo visto, essa é a origem do nome “Nicarágua”. Com o tempo, o nome Nicarao passou a identificar, entre outras coisas, a tribo de seu povo, a terra onde ele viveu e o grande lago deles.
Nicarao e sua tribo moravam na faixa de terra entre o oceano Pacífico e o imenso lago Nicarágua. Logo depois de Colombo descobrir o Novo Mundo, os espanhóis partiram para explorar essa região. O capitão Gil González Dávila levou suas tropas em direção ao norte do que hoje é a Costa Rica e chegou à terra de Nicarao em 1523.
Imagine a apreensão dos exploradores à medida que viajavam para um território desconhecido. Como devem ter ficado felizes ao se encontrar com o Chefe Nicarao! Com a generosidade que continua sendo a marca registrada da cultura nicaraguense, o povo deu aos espanhóis boas-vindas e presentes, incluindo uma grande quantidade de ouro.
Nicarao queria respostas às perguntas sobre as quais ele havia meditado muito. Surgiram outras perguntas por causa da visita dos espanhóis. Cronistas relatam que ele perguntou ao capitão González:
Você já ouviu falar de um grande dilúvio que destruiu todos os humanos e animais? Deus vai inundar a Terra de novo? O que acontece depois da morte? Como o Sol, a Lua e as estrelas se movem? Como eles ficam suspensos no céu? Eles estão muito longe? Quando o Sol, a Lua e as estrelas vão parar de brilhar? De onde vem o vento? O que causa o calor, o frio, a luz e a escuridão? Por que a duração dos dias varia durante o ano?
Fica claro que Nicarao estava ansioso para conhecer o mundo a sua volta. Suas dúvidas nos dizem muito sobre suas crenças religiosas. Revelam que ele tinha interesses e preocupações similares aos de muitas pessoas hoje. E o fato de Nicarao e seu povo terem conhecimento de um grande dilúvio nos lembra do relato bíblico. — Gênesis 7:17-19.
Embora a cultura de Nicarao estivesse cheia de espiritismo e rituais de sacrifícios humanos, ele estava preocupado com a conduta e modo de vida de seu povo. Suas perguntas revelam o funcionamento da consciência. Sobre isso, o apóstolo Paulo escreveu: “Sua consciência lhes dá testemunho e nos seus próprios pensamentos são acusadas ou até mesmo desculpadas.” — Romanos 2:14, 15.
Hoje, há uma estátua do Chefe Nicarao perto do local onde supostamente ele encontrou pela primeira vez os exploradores espanhóis. Sua curiosidade, que o motivou a pensar profundamente sobre a vida e o mundo a sua volta, pode também servir de exemplo para nós. — Romanos 1:20.
(Fonte: Revista Despertai)