"Hoje pela manhã ao me debruçar sobre o parapeito da sacada para sacudir o tapete da sala, percebi uma garota e um pequeno cãozinho na rua. A garota dispersa e cabisbaixa parecia não ter percebido minha presença e nem se incomodar com o sacolejar do tapete. Talvez ela estivesse triste por algum motivo, ou simplesmente entediada com a vida. O cãozinho, por outro lado, parecia um foguete de quatro patas. Ele pulava, latia, farejava e corria de um lado para o outro, sem se importar com o trânsito, os pedestres ou as outras criaturas que habitavam a calçada. Mas ele não gostou nada do barulho que o meu tapete fazia. Ele começou a latir em minha direção, como se quisesse me cumprimentar ou dizer o seu incômodo. Ele até espirrou algumas vezes, como se o meu tapete fosse feito de pólen.